Porque é que as Transações Falham?

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Porque é que as Transações Falham?

Apesar do crescimento significativo que se tem vindo a verificar no mercado das fusões e aquisições, a maioria das transações falham.

É praticamente unânime que o elevado número de transações está ligado, em larga medida, ao crescimento da economia, à evolução dos mercados financeiros e ao ambiente macroeconómico. Esta análise permite-nos concluir que o elevado número de transações em Portugal também não será alheio a estes fatores. Não obstante, existem muitas transações, que acabam por nunca se concretizar, mesmo num contexto mais favorável.

Segundo um estudo da International Business Brokers Association (IBBA), mais de 49% das transações terminam sem um acordo entre as partes, apesar de existir, em muito desses casos, interesses mútuos na operação. Perante este cenário, impõe-se a seguinte pergunta: porque é que as transações falham?

O mesmo estudo da IBBA destaca a falta de preparação dos agentes envolvidos no processo como o principal motivo destes “falhanços”, sendo justificação para 36% dos deals não se materializarem.

Apesar de existirem diferenças inultrapassáveis entre o vendedor e o potencial comprador, como o preço ou a estrutura proposta para a transação, o estudo sugere que são igualmente frequentes outros aspetos que deitam por terra operações de M&A, tais como:

  • A falta de conhecimento/expertise do vendedor ou dos seus assessores/consultores;
  • Dificuldade em conseguir passar uma mensagem correta acerca da empresa;
  • Fraco diálogo e/ou negociação entre as partes;
  • Número reduzido de ofertas/propostas por parte de potenciais compradores;
  • Expetativas irrealistas do vendedor;
  • Ausência de mais-valias/ativos valiosos na empresa.

Grande parte dos pontos acima referidos podem ser evitados se a empresa se fizer representar por uma equipa de consultores/advisors capaz de ter uma compreensão holística do negócio e da Empresa. Este acompanhamento é fundamental para maximizar as hipóteses de um desfecho bem-sucedido. Isto engloba, naturalmente, a capacidade de perceber os pontos fortes, estratégia e focos de diferenciação da empresa e a respetiva associação aos objetivos e motivações dos diversos investidores.

Além disso, numa fase preliminar é imperativo efetuar uma análise minuciosa dos dados financeiros e operacionais da empresa, para que no contacto com os investidores não surjam surpresas que possam inviabilizar a transação.

O networking e a capacidade de comunicação são, de igual forma, fatores críticos de sucesso para garantir um bom acordo, assim como uma avaliação realista que reflita o justo valor da empresa.

Uma abordagem ao mercado honesta e transparente e que mostre as vantagens que o potencial comprador poderá beneficiar se concretizar o negócio são outros dos ingredientes que facilitam as transações.

Em suma, conectar o vendedor certo com o comprador certo afigura-se como uma missão difícil, no entanto, está ao alcance do vendedor a oportunidade de procurar o auxílio adequado por parte de profissionais de M&A, que prestem um serviço completo e íntegro, alicerçado numa preparação adequada e que acrescentem verdadeiramente valor no processo.

 

 Rafael Freitas | Gestor HMBO

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