João Freitas – Entrevista

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João Freitas – Entrevista

Nesta última newsletter do ano de 2020, a HM Consultores entrevista o diretor da sua marca de Corporate Finance, o João Freitas.

  • Fala-nos um pouco da tua carreira profissional.

Licenciei-me em Economia na Universidade Católica Portuguesa, que foi sempre o meu primeiro objetivo a nível académico. Tive a sorte de poder iniciar quase de imediato a minha carreira num cargo de direção de desenvolvimento de negócio numa grande empresa no setor da energia, e a partir daí progredir para a direção financeira e direção geral, sempre num contexto de muita pressão, recursos escassos e um ambiente económico muito pouco favorável, mas na realidade esses primeiro 10 anos foram a minha grande escola onde aprendi e trabalhei com as pessoas que ainda hoje são uma referencia para mim. Efetuei uma pausa entre 2016 e 2017 para cumprir o meu segundo objetivo académico que era o MBA na Porto Business School e até ingressar na HMBO, tive a oportunidade de realizar alguns projetos de reestruturação e desenvolvimento de negócio enquanto consultor independente.

  • O que te atraiu na HMBO para aceitares o desafio de gerires a área?

A responsabilidade que me seria confiada era enorme e o contacto com setores completamente distintos, iriam me fazer crescer sem dúvida.

Foi fácil perceber que ao trabalhar diretamente com o Dr. Humberto Martinho seria permanente desafiado e obteria um feedback constante que me completariam a nível profissional. Aqui sinto que posso estabelecer os limites da minha própria evolução, com muita vontade de trabalhar e aprender.

Não poderia estar mais satisfeito com a equipa que encontrei e que me acolheu da melhor forma.

  • O que é mais te fascina nos processos de M&A?

Faço parte do mundo corporativo há cerca de 15 anos, li, executei, ouvi sobre vários processos  de fusão, aquisição, reestruturação e captação de capital, durante a minha carreira profissional e estes assuntos sempre suscitaram o meu interesse. Fascinam-me todas as etapas do processo em que dois negócios diferentes se tornam num só ou como um negócio é capaz de se reinventar para dar a volta a uma situação menos favorável. No caso das fusões e aquisições é quase como uma história de duas pessoas nascidas em momentos e circunstancias distintas, diferentes prioridades, interesses, valores, motivações, condição económica e experiencias e que se tornam num só.

  • A maioria dos empresários portugueses ainda não encara as empresas como ativos, receando não só a entrada de novos investidores como também a decisão de vender no momento certo. Consegues desmistificar estes processo de M&A?

Esses são efetivamente os nossos grandes desafios. Convencer os empresários que novos investidores mais do que uma alternativa puramente financeira num processo de expansão abrem portas a um conjunto de oportunidades e contactos aparentemente inatingíveis e identificar o momento certo para vender a empresa.

É lógico que um processo de M&A exige mudança, a mudança cria receio nas pessoas e as empresas são feitas de pessoas. São processos alicerçados em confiança e transparência, sem as quais não vale a pena avançar.

Pessoalmente considero que é melhor fazer parte de algo maior, ainda que partilhado com outros parceiros, que permita acesso a novos mercados e possibilidades de investimento, do que algo menor, que controlo, dependente do mercado interno ou de politicas publicas incertas e marcadamente ideológicas.

  • 2020 é um ano atípico para o mundo empresarial, nacional e internacional. Quais as tuas perspetivas para os próximos 5 anos?

5 anos? As incertezas são imensas. O ritmo de recuperação do consumo interno e das exportações num país como Portugal fazem com tenhamos de depender sempre de terceiros em quase tudo. O real estado do nosso tecido empresarial só será aferido após o 1º ou 2º trimestre de 2021. Uma coisa é gerir uma crise pontual, com todos o apoio que os empresários tiveram ao seu dispor, outra é sobreviver à crise, adaptar o modelo de negócio, recuperar clientes e mercados, lidar com níveis muito reduzidos de liquidez e com conceitos como deflação. Creio que a prioridade da maior parte dos setores é perceber quanto tempo levará até serem atingidos os níveis de 2019.

Acredito igualmente que iremos assistir a uma aceleração dos processos de digitalização das empresas e da economia como um todo, agora que se percebeu,  que a digitalização não é apenas a presença nos media sociais.

Espero que exista uma reflexão sobre as vantagens efetivas de se ter apostado num crescimento da economia nos últimos anos assente apenas no Turismo e no Setor Imobiliário.

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