HMBO News – A Revisão do Mês de Novembro

HMBO News - Novembro

HMBO News – A Revisão do Mês de Novembro

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Bem-vindos à HMBO News – Novembro, a rúbrica mensal onde referimos os 3 principais marcos de cada mês no ecossistema económico e empresarial. A edição deste mês alerta para as dificuldades das empresas em 2023, a subida das taxas Euribor para novos máximos e os desafios dos processos de recuperação de empresas. 🏢

 

Uma em Quatro Empresas Estará em Dificuldades em 2023

A pandemia deixou um rastilho de empresas em situação de grande fragilidade. Algumas conseguiram recuperar rapidamente, mas muitas vêm-se com o cinto apertado tendo em conta a escalada da inflação e a subida das taxas de juro. Face a este cenário, o Banco de Portugal antecipa que mais de 25% das empresas terá dificuldades em gerar negócio para pagar os empréstimos ao banco no próximo ano, quando essa proporção era de 12,3% em 2019.

A análise tem por base uma subida das taxas Euribor para 3% em 2023, que provocará um aumento da prestação dos empréstimos não só para as famílias, como também para as empresas. Uma empresa é considerada vulnerável se tiver EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) negativo ou se o EBITDA gerado num ano representar mais de metade do serviço da dívida.

No entanto, este impacto não será o mesmo para todas as empresas. As microempresas serão mais afetadas, pois 31% estará em situação de vulnerabilidade no próximo ano. Já as pequenas empresas parecem estar em melhor posição do que as restantes, incluindo as grandes empresas.

O mesmo estudo revela ainda alguns dados por setor de atividade. O setor do alojamento e restauração (predominantemente ligados ao turismo) será novamente o mais penalizado, depois da pandemia: 42,5% das empresas estarão em situação vulnerável em 2023 – em 2020 essa proporção foi de quase 70%.

Apesar do ambiente de dificuldade, o Banco de Portugal lembra que a situação financeira das empresas em 2021 é mais favorável do que a observada na crise da divida soberana de 2011. Isto verifica-se, entre outros aspetos, num aumento considerável do dinheiro que têm depositado no banco e que poderá ajudar a aliviar o impacto da subida dos juros.

 

Novos Máximos das Taxas Euribor

A 28 de novembro as taxas Euribor subiram para novos máximos desde o início de 2009 a três, seis e 12 meses.

A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno positivo em 06 de junho, avançou para 2,436%, mais 0,062 pontos. A média da Euribor a seis meses subiu de 1,596% em setembro para 1,997% em outubro.

A Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, também subiu hoje, ao ser fixada em 1,954%, mais 0,032 pontos, um novo máximo desde fevereiro de 2009. A média da Euribor a três meses subiu de 1,011% em setembro para 1,428% em outubro.

O mesmo acontece com a Euribor a doze meses, que se fixou em em 2,892%, um novo máximo desde janeiro de 2009. A média da Euribor a 12 meses avançou de 2,233% em setembro para 2,629% em outubro.

Estas subidas acentuaram-se desde 04 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.

Em 27 de outubro, com o objetivo de travar a inflação, o BCE subiu as três taxas de juro diretoras em 75 pontos base, o terceiro aumento consecutivo deste ano, depois de em 21 de julho ter subido em 50 pontos base as três taxas de juro diretoras, a primeira subida em 11 anos, e em 08 de setembro em 75 pontos base.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

 

O Desafio da Melhoria dos Processos de Recuperação de Empresas

A ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, afirmou que “sobretudo em períodos de insolvência e de dúvida, como o que atravessamos, é um desafio, mas um desafio que temos de concretizar“. A declaração teve lugar na abertura do Encontro Nacional da Associação Portuguesa dos Administradores Judiciais (APAJ), que decorreu na Casa do Juiz, em Coimbra.

Disse ainda que essa melhoria passa também “pela digitalização dos processos“, considerando que, nessa área, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) surge como “uma oportunidade” que tem de ser aproveitada.

Para Catarina Sarmento e Castro, a digitalização também irá contribuir “para a redução dos custos de contexto” e para que a justiça “possa, de facto, chegar aos cidadãos e empresas“, assim como aumentar a celeridade “que se impõe” nestes processos.

De acordo com a ministra, é também necessário “imprimir celeridade a estes processos de recuperação e liquidação“, sem nunca “perder de vista o interesse de todos“.

A ministra sublinhou ainda que o Governo pretende também reforçar a transparência e o escrutínio na nomeação dos administradores judiciais. “Queremos reforçar o escrutínio, um escrutínio que o funcionamento da justiça e a democracia impõem“, defendeu, considerando que o aumento da transparência permitirá também incrementar “a confiança de todos na justiça“, em particular aqueles que usufruem da administração judicial de processos de insolvência, liquidação ou recuperação de empresas.

 

Esta foi a edição de novembro da HMBO News, elaborada a 29/11/2022. A análise do mês de dezembro voltará a sublinhar os pontos principais no ecossistema económico e empresarial. Não perca! ✅

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