08 Mar Economia Portuguesa Vai Travar por Causa da Guerra, mas Ultrapassará Nível de 2019, diz ISEG
Os economistas do ISEG não têm dúvidas de que a economia portuguesa vai travar por causa da invasão russa na Ucrânia, mas consideram que ainda assim ultrapassará o nível pré-pandemia de 2019.
Até ao momento, os dados económicos para Portugal mostram que a atividade continua a recuperar no primeiro trimestre. Porém, os economistas do ISEG admitem que haverá um impacto económico negativo da invasão russa na Ucrânia, o que irá travar o crescimento. Mesmo assim, a economia portuguesa deverá conseguir ultrapassar o nível pré-pandemia, antecipa a síntese de conjuntura do ISEG de março divulgada esta terça-feira.
“Apesar da emergência da situação de guerra na Ucrânia provocada pela invasão russa e pelas sanções económicas desencadeadas, é pouco provável que tal venha a afetar o crescimento esperado para o primeiro trimestre que irá acelerar em termos homólogos, principalmente devido ao efeito base decorrente do confinamento de há um ano e à retoma mais generalizada da atividade interna”, explicam os economistas do ISEG.
No início de fevereiro, o Grupo de Análise Económica do ISEG tinha admitido que o PIB português podia crescer 10% em termos homólogos no primeiro trimestre de 2022 uma vez que o trimestre homólogo foi de contração económica (5,4%) por causa do segundo confinamento, o qual comparava com o primeiro trimestre de 2020 em que a economia já tinha caído 2,6%.
“Em fevereiro, antes da invasão da Ucrânia, os indicadores de confiança gerais subiram em Portugal e na Europa sinalizando a expectativa de ultrapassagem da crise sanitária e de retoma plena e crescimento da atividade económica”, acrescentam.
No entanto, depois dessa fase, “é de admitir que a situação de guerra na Ucrânia e as sanções económicas impostas à economia russa venham a provocar uma desaceleração do crescimento económico na Europa que acabará por vir a ter impacto negativo no crescimento português”. Os economistas do ISEG confirmam que a dependência direta entre Portugal e a Rússia ou a Ucrânia é “pouco significativa”, mas o impacto indireto vai sentir-se por duas vias.
A primeira será através de “impactos negativos sobre economias com as quais Portugal se relaciona mais (por exemplo, Alemanha)”. A segunda via, “talvez mais importante, por via de um aumento adicional e duradouro dos preços da energia que se estenderá rapidamente aos restantes setores da atividade económica o que irá prolongar e alavancar a situação de inflação atualmente vivida e que poderá vir a limitar o crescimento da procura interna real e da procura externa no futuro“.
Perante este cenário, os economistas não têm dúvidas de que “é altamente provável que alguma desaceleração no crescimento potencial da economia portuguesa se venha a registar na segunda metade do ano”, tal como já admitiu o ministro das Finanças, apesar de admitirem que continue a haver “grande incerteza” sobre o conflito e os impactos económicos “duradouros”. Menos certo é a intensidade dessa desaceleração.
A primeira será através de “impactos negativos sobre economias com as quais Portugal se relaciona mais (por exemplo, Alemanha)”. A segunda via, “talvez mais importante, por via de um aumento adicional e duradouro dos preços da energia que se estenderá rapidamente aos restantes setores da atividade económica o que irá prolongar e alavancar a situação de inflação atualmente vivida e que poderá vir a limitar o crescimento da procura interna real e da procura externa no futuro“.
Perante este cenário, os economistas não têm dúvidas de que “é altamente provável que alguma desaceleração no crescimento potencial da economia portuguesa se venha a registar na segunda metade do ano”, tal como já admitiu o ministro das Finanças, apesar de admitirem que continue a haver “grande incerteza” sobre o conflito e os impactos económicos “duradouros”. Menos certo é a intensidade dessa desaceleração.
08/03/2022
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