Empresas europeias esperam aumento nos atrasos de pagamento no segundo semestre

Atrasos de Pagamento

Empresas europeias esperam aumento nos atrasos de pagamento no segundo semestre

Face ao cenário macroeconómico, seis em cada dez empresas estão a tornar-se mais cautelosas com os seus planos de empréstimos e gastos, uma vez que esperam que as taxas de juro aumentem mais de uma vez durante os próximos 12 meses.

 

“A Europa talvez esteja a atravessar um dos períodos mais agitados e repleto de desafios. Hoje, as empresas enfrentam uma disrupção e incerteza sem precedentes, o que aumenta a pressão sobre as empresas que ainda estão a tentar recuperar do impacto dos anos Covid. Num contexto de inflação, com o incremento das taxas de juro e regulamentação, as empresas esperam um aumento nos atrasos de pagamento, bem como maiores barreiras para o crescimento durante o resto de 2022. Garantir um fluxo de caixa sólido é uma das prioridades máximas para a maioria das empresas inquiridas”, afirma o CEO da Intrum, Anders Engdahl.

As empresas europeias esperam que os pagamentos em atraso cresçam significativamente nos próximos meses, na sequência do aumento da inflação e das taxas de juro, segundo o European Payment Report (EPR), da Intrum. Cerca de oito em cada dez empresas afirmam que fortalecer a sua liquidez e fluxo de capital é uma das principais prioridades para 2022.

Ademais, seis em cada dez empresas estão preocupadas que o risco nos atrasos de pagamento este ano aumente. A maioria (58%) admite não ter experiência de como gerir a inflação e mais de metade diz que isso as impede de fazer crescer o negócio (51%), de satisfazer as exigências salariais (55%) e de pagar aos fornecedores a tempo (58%).

Face ao cenário macroeconómico, seis em cada dez empresas estão a tornar-se mais cautelosas com os seus planos de empréstimos e gastos, uma vez que esperam que as taxas de juro aumentem mais de uma vez durante os próximos 12 meses.

“As preocupações aumentam em toda a Europa à medida que a inflação está a acelerar e o crescimento está a estagnar. Se esta tendência não for quebrada, poderemos estar perante um período de estagflação; estagnação da produção económica combinada com uma inflação elevada. Numa nota positiva, os mercados de trabalho em toda a Europa continuaram a fortalecerem-se  este ano, embora as baixas taxas de desemprego possam gerar uma maior pressão ascendente sobre os salários”, diz Anna Zabrodzka-Averianov, economista da Intrum.

Ano após ano, as empresas veem cada vez mais — agora quatro em cada dez — os atrasos de pagamento como um obstáculo importante para o crescimento, segundo o estudo. Duas em cada três empresas afirmam que pagamentos mais rápidos por parte dos seus clientes as ajudaria a expandirem as suas operações de produtos e serviços, enquanto que metade diz que as apoiaria a crescer através da contratação de mais empregados.

Jornal Económico

21/06/2022

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